segunda-feira, 5 de abril de 2010

A dança infantil enquanto expressão


Por:

*Discente do Mestrado em Ciências do Movimento Humano.
**Docente do Mestrado em Ciências do Movimento Humano.
Universidade do Estado de Santa Catarina UDESC.
(Brasil)

Rozana Aparecida da Silveira*
Gustavo Levandoski*
Fernando Luíz Cardoso**

Introdução
É quase instintivo. Você vê um bebê e começa a balbuciar, sorrir e fazer caretas para despertar algum tipo de reação. Mas se mesmo assim o rostinho continuar impassível, tenha certeza de que a criança está processando todas as alterações no formato do seu rosto e no ritmo da sua voz. O desenvolvimento faz parte do aprendizado dos bebês que processam estímulos de diversos sentidos e será levado para toda a sua experiência nos anos posteriores.
Os especialistas em Educação Infantil informam que os primeiros movimentos do bebê são mais gerais do que específicos, reagem ao estímulo sem responder a sua origem. Dessa sorte, podem afirmar que o recém-nascido não possui capacidade de considerar objetos como externos a ele, portanto, vida e consciência não são coletâneas. Já intra-útero, o bebê demonstra ritmo e emite movimento com ritmo. Ritmo, música, dança, parecem constituir-se, dessa forma, nos seus primórdios, num estágio de vida que antecede ao próprio nascimento. A extraordinária estrutura do corpo, bem como as surpreendentes ações que são capazes de executar, são alguns dos maiores milagres da existência. Cada fase do movimento, cada mínima transferência de peso, cada gesto de qualquer parte do corpo revela um aspecto de nossa vida interior1.
Observe-se que não faz tanto tempo que a educação era sinônimo de instrução escolar, e esta, lamentavelmente, estava disponível a uma pequena minoria privilegiada, que não precisava responder pelo ônus da miséria, da pobreza, do abandono. A educação assim entendida, somente começava aos seis anos, ou ainda mais tarde, e se prolongava até o término do período hoje conhecido como idade escolar. Os primeiros anos de vida não eram considerados importantes, por que a criança não tinha as mínimas condições de aprender, e se por ventura assim ocorresse, fatalmente esqueceria o que conseguiu aprender. O sistema escolar possibilita a autonomia tão necessária à prática-vivência de cada um, contribuindo com cada faceta de sua realidade, assegurando o desenvolvimento da personalidade pela autonomia intelectual2.
Mas, no curso dos últimos anos, a visão sobre a questão é bastante diferente. Educação não é mais considerada apenas como aquela subsidiada pela escola, e a criança tem capacidade para aprender de maneira, senão ilimitada, pelo menos, surpreendente. Demonstra a importância da educação no estágio do desenvolvimento da cognição, único que pode dar crédito à vida psíquica infantil3. Experiências sensório-motoras e percepto-motoras permitirão à criança uma melhor capacidade de lidar com material simbólico e conceitual4.
Procedendo-se à análise em referência ao aprendizado da dança, vê-se pelo trabalho diário na pré-escola que a criança já é um ser pleno de ritmo. Ela é variável apenas na expressividade, e que compete, desde o início, que cada professor, discrimine os meios de pesquisar e desenvolver a harmonia de gestos, de movimentos e de capacidades da criança. Pela dança, eleva-se o objetivo que ela aumente da melhor forma possível suas potencialidades, respeitada nas suas capacidades físicas, emocionais, morais, intelectuais e estéticas. Que pelo compasso da dança ela encontre prazer, felicidade e êxito não só enquanto criança, mas por toda a vida. O domínio final do movimento é a fonte da qual devem brotar a perfeição e a compreensão daquela parte da vida interior do homem de onde se originam o movimento e a ação1.
Se estiver presente essa consideração, não será tão difícil que o professor de Educação Física, que trabalha a dança, compreenda a importância do processo educacional sobre a direção, orientação e até sobre a criatividade da criança. Em algumas escolas, ensinar dança pode ser uma importante atividade e, em outras, pode ser apenas uma entre outras atividades5.
Dança é expressão, é significado, é movimento, é vida. Para a criança, a dança é inerente ao seu próprio desenvolvimento. Quando agita as mãozinhas no "adeusinho", nas palminhas que bate, inicia o processo, agora, já de cunho social. Responder é cadência, de acordo com seu grau de desenvolvimento. Os passinhos de dança que emite se convertem na graciosidade dos movimentos posteriores que a fazem "leve como uma nuvem". Paralelamente às outras artes, a dança desenvolve uma extensa área da capacidade intelectual, que proporciona às crianças um modo especial de usar sua imaginação para explorar suas experiências no mundo, dando-lhes sentido5. Evidentemente, o professor deve ter consciência de que, embora se encontre para cada atividade de dança uma determinação de idade cronológica, isto não pode ser levado ao "pé da letra", é apenas um indicativo, uma vez que a maturação é o processo que subsidia muitas performances e não ocorre de maneira absolutamente igual entre as crianças. Nosso corpo move-se como nossa mente se move.As qualidades de qualquer movimento são as manifestações de como a mente é expressa através do corpo que está em movimento6.
Para trabalhar com crianças desde a mais tenra idade até a pré-escola são direcionadas atividades que envolvam a dança, das quais se observa o desempenho. Através dos sentidos e do trabalho muscular é o que nos parece que melhor se enquadra na escolinha do "saber infantil", usando-se atitudes flexíveis e democráticas. Ao trabalhar com a criança, deve-se ver uma imensa rede sendo tecida com diferentes texturas, cores, tamanhos, estruturas, complexidades7. Esta rede de dança e educação, baseada nos relacionamentos entre conteúdos de dança, os alunos e a sociedade, absolutamente não ignora os relacionamentos, sentimentos e a sensibilidade humana. Ao contrário, a formação desta rede possibilita o aumento de nossa capacidade de encontrar novos e diferentes modos de construir um mundo mais significativo para o próprio indivíduo.
Assim, gostaríamos de saber se a nossa atuação frente às crianças, e o conhecimento de suas capacidades, tendências e limitações, está de acordo com as características da dança infantil.

Objetivo
Este estudo teve o objetivo de identificar as características do desenvolvimento da criança, do nascimento à pré-escola; e a metodologia usada pelo profissional no processo ensino-aprendizagem, especialmente no que diz respeito às possibilidades da criança para a iniciação da dança infantil.

Metodologia
Esta é uma pesquisa bibliográfica exploratória sobre a dança educacional no ensino infantil. Pela objetividade do critério, o procedimento geral, a investigação do problema e presença das categorias que utiliza, tenta explicar um problema utilizando o conhecimento disponível a partir de teorias publicadas, livros e congêneres8. A pesquisa foi realizada através do olhar de diferentes áreas, buscando a produção de um conhecimento que gerou um documento investigativo sobre a dança-educação.
A base da pesquisa foi o desenvolvimento motor da criança de 0 a 6 anos; a visão da educação em análise ao aprendizado da dança; os meios de pesquisar e desenvolver a harmonia de gestos, de movimentos e das capacidades da criança.

Importância do estudo
Na vida do professor de dança, fica sempre a expectativa de acertar, afinal estamos lidando com corpos em desenvolvimento e este estudo pretende invadir o pensamento das pessoas, trazendo as questões pertinentes não só a prática da dança, mas ao movimento de criação da dança, à atitude da criança frente às nuances estéticas e políticas que envolvem a formação de um futuro intérprete-criador. Pretende ser um pensamento sobre a dança, as relações sociais, psicológicas e culturais na vida e na organização da criança e as influências em seu pensamento.
A criança necessita dispor, na escola, de pessoas competentes nas várias habilitações, e aqui se inclui especialmente o professor de dança, para que possa desenvolver-se harmoniosamente e explorar atividades mais expansivas.
O professor de dança deve permitir que a criança utilize seus êxitos, mesmo com certos fracassos. Deverá permitir realizar por si mesma as tarefas que entende que sejam capazes de levá-la a gestos criadores, não obstante os resultados não serem de todo perfeitos na acepção e na apreciação que se tem do movimento, mas que lhe dê prazer e estimule a criatividade.
Para isso, é absolutamente necessário que o profissional da dança-educação, junto a criança de 0 a 6 anos, identifique suas características e necessidades básicas.
Ressalta-se ainda como um ponto bastante importante à consideração do professor de Dança e/ou Educação Física, para a importância e significado da relação afetiva. Projeta-se aí a imitação, pela criança, de seu professor, que surge como um padrão fundamental de emissão de comportamentos.
Portanto, considera-se de suma importância que a criança seja o objeto constante de estudo, para que o professor e demais educadores facilitem, sobretudo a sua aprendizagem, através de um referencial de conhecimentos sobre cada uma delas, respeitadas nas suas diferenças individuais.

A dança como expressão infantil
Os professores de dança, para iniciarem as crianças em atividades que envolvam o ritmo, devem conhecer o seu desenvolvimento, especialmente aqueles que dizem respeito ao desenvolvimento dos movimentos corporais.
Colocam-se de forma similar que a atividade muscular do recém-nascido é mínima. Praticamente, seus movimentos se reduzem a estiramentos bruscos, tônicos, de suas extremidades, seguidos de novo da flexão das mesmas, até sua posição característica9-15.
Estes movimentos são resultados de estímulos externos, em especial da falta de apoio, e têm sua manifestação mais evidente no reflexo de Moro, que consiste numa resposta total do corpo do recém nascido a um estímulo intenso. Explica-se que a mudança para uma postura ereta dinâmica se dá com 40 semanas de idade9. O equilíbrio e o controle foram suficientemente incorporados, na postura de pé, de modo que o bebê consegue coordená-lo com sua recém adquirida capacidade de sentar-se. Através de combinações alternadas integradas de braços e pernas, a criança se impele e se puxa para uma posição de pé, sempre se segurando num apoio, e consegue abaixar-se novamente.
Normalmente, quando a criança engatinha, já é capaz de trocar por si mesma a posição de sentada pela de bipedestação ajudando-se com suas mãos sobre algum ponto de apoio. Entre os oito e dez meses, a maioria das crianças mostra já a intenção da locomoção bípede, quando o adulto, por exemplo, sustenta a criança por ambas as mãos em posição ereta, deixando que o peso do corpinho gravite sobre as extremidades inferiores.Segundo os autores, o andar pode ser retardado pelas quedas graves ou pela doença, e pode ser ligeiramente acelerado através da prática e do treinamento; contudo, a criança normal não precisa ser ensinada a andar10.
Muitas crianças entre os dez e quatorze meses percorrem já certas distâncias por si sós, ajudando-se com uma ou ambas as mãos em seu caminhar. Geralmente, até os quatorze meses as crianças começam a dar alguns passos sozinhos, sem valer-se de apoios. Até os dois anos e meio, a criança normalmente é capaz de contornar obstáculos que estão em seu caminho, variar sentido da marcha, dedicar-se com atenção plena a outras atividades. Isto faz supor que ela tenha alcançado a maturação da locomoção bípede. Todas essas habilidades se desdobram em padrão regular, grandemente pré-ordenado. As crianças têm que alcançar em certo nível de maturidade fisiológica antes de poder exercitá-las10.
Uma questão primordial faz ponderar se efetivamente a criança de dois anos pode ser levada a desenvolver o gosto e a apreciação pela dança. A criança de dois anos já possui a capacidade de emitir sons e trejeitos da música. É explicada essa citação quando é lembrado que o ritmo é inerente ao próprio nascimento da criança que, por volta dos seis meses já balanceia de forma cadenciada e usa os ritmos musicais que fazem dançar seu corpinho, quando bate as mãozinhas ou quando balbucia16. Registra-se que, como tão conveniente o primeiro ano de vida é, de todos o período mais plástico no desenvolvimento da criança. Ela fala através dos gestos, ela dança através do corpo16.
Na idade de três anos, o interesse da criança está mais voltado ao aspecto intencional do movimento enquanto movimento. Uma das características inerentes aos gestos, atitudes, movimentos da criança nessa idade, é a naturalidade e espontaneidade observadas. Neste período etário, a criança já tem ao seu dispor "uma verdadeira memória de corpo", dotada de maneira única de afetividade e orientada também pelo afeto depende de suas experiências vividas anteriormente com sucesso e valorizadas pelo adulto15.
Entre os três e cinco anos, a capacidade para reter melodias e desempenhá-las através da dança, aumenta significativamente, crescendo muito o prazer que sente pela dança, em ser observada, em ser ensinada, sobretudo quando são verdadeiramente dadas a elas amplas e oportunas ocasiões de executá-las. Neste ciclo de vida, "a harmonia e o ritmo de movimento alcançam certa perfeição pelo que se chama 'idade da graça'"15.
Em todas as atividades sugeridas para a criança, o afeto é condição absolutamente indispensável favorecendo a facilitação verbal, gestual e corporal da dança, e isto porque, para que realmente se expanda, "é necessário que a criança se aproprie cognitiva e afetivamente de sua escola; e a escola é a principal responsável por este processo que se deve iniciar simplesmente por recebê-la com carinho"16.
Quando coloca que a dança é manifestação de vida, de arte, de alegria, de magia, de beleza, de significado, inerentes à natureza humana, portanto, independe de idade na sua apreciação17.
Este reconhecimento levou o homem, e aqui se inclui o professor de Educação Física, a redefinir os movimentos em sua amplitude e significado, fortalecidos ainda mais quando se lê que escreve sobre a abrangência desse significado: "a recepção dos ritmos dos comunicativos tambores ou tantãs e acompanhada pela visualização dos movimentos daquele que está tocando e é esta movimentação, um tipo de dança, que é o elemento visualizado e compreendido"1.
O aprendizado da Dança educativa integra o conhecimento intelectual e a habilidade corporal e criativa do aluno. Isto leva o professor a estar sempre em contato com o envolvimento, o compromisso e a responsabilidade em conduzir o aluno. A alfabetização é um processo pelo qual a criança codifica e decodifica o mundo que a cerca, processo que não atinge somente o aspecto cognitivo do aluno, mas o aluno como um todo: emocional, social e corporal. Um único movimento, ou uma seqüência de movimentos deve revelar, ao mesmo tempo, o caráter de quem o realiza, o fim pretendido, os obstáculos exteriores e os conflitos interiores que nascem deste esforço1.
A dança na escola não deve priorizar a execução de movimentos corretos e perfeitos dentro de um padrão técnico imposto, gerando a competividade entre alunos. Deve partir do pressuposto de que o movimento é uma forma de expressão e comunicação do aluno, objetivando torná-lo um cidadão crítico, participativo e responsável, desenvolvendo a auto-expressão e aprendendo a pensar em termos de movimento. Promover a construção do conhecimento, com as histórias de vida de cada um e, na relação dialogal, construir um saber que se traduz na conscientização dos modos como o homem se relaciona com o mundo, na sua concretude histórico-social, na produção da sua existência18.
O corpo é significado e expressão, o que imprime vida ao movimento. A expressão corporal é resposta de movimentos ritmados da música, sentido através de jogos corporais. É inegável que pelo movimento o homem exteriorizará seus sentimentos, por que o ritmo está contido em tudo, e cada movimento que o homem executa no espaço, expressa o seu ritmo, de maneira pessoal e criativa19.
Incitam-se crianças e jovens à revelação e conhecimento de si mesmos, pela prática da expressão corporal, por que através dessa, expande-se "jogando para fora de si todas as coisas que estão escondidas dentro dela, através de várias formas de expressão"20.
A dança é a mais completa das artes e deve estar em perfeita e constante associação com a prática da escola, por que a dança não é resposta apenas de cultura artística, de gosto, de refinamento, mas meio de expressão poderosa16.
O movimento tem uma relação absolutamente direta com a imagem corporal. É formada através de um processo ininterrupto de incorporações, resultantes de laços afetivos visíveis e invisíveis, por isso, decorrente da história pessoal de cada um, conclama para a necessidade do respeito ao movimento livre, sem compromisso de compulsões repetitivas. Liberdade de movimento é binômio de amor que se expressa. Ele diz que "a liberdade é conquistada desde o interior, é daí que o movimento nasce livre para expressar-se fora"21.
Ao referir-se às práticas de fins educativos, apregoa que os educadores não fiquem somente ao nível do corpo que escuta, que sente, que grava, mas que fale através de sinais, símbolos, de caracteres22.
O reconhecimento da estrutura básica das aulas de dança, sendo que essa estrutura, considerada por uns como esquema de exercícios (...), pode ser ampliada para o sentido global da dança com a integração de elementos expressivos e de processos de desenvolvimento da criatividade23.
Criatividade na dança significa demonstrar a qualidade de experimentar. Existem no processo quatro aspectos importantes que parecem explicar a criatividade: estar o indivíduo aberto à sua própria experimentação; focalizar sua experimentação; disciplinar suas ações e levar a tarefa a uma conclusão: Se efetivamente a criatividade é isso, identifica-se facilmente a presença dessas características na criança24. Por que não torná-la criativa pelo uso da dança?
Conclui-se, tomando-se como pessoais às palavras porque se pensa de forma absolutamente semelhante: "É privilégio dos professores, planejar oportunidades de aprendizagem de modo que as dimensões do mundo de um aluno se alarguem, conservando-o alerta para a inesgotável natureza da experiência"24.

Conclusão
Neste trabalho, tencionou-se evidenciar a criança em seu desenvolvimento, este voltado para as manifestações do movimento, que determina ritmo e conseqüentemente a possibilidade da intensidade da dança como uma resposta natural e espontânea.
Consolidou-se que desde o período intra-uterino os movimentos são observados e revelam o ritmo peculiar, o que denuncia a universalidade da predisposição para a dança, o que faz ponderar sobre a necessidade do profissional da área da Educação Física aproveite ao máximo o potencial que cada criança tem em si.
O Movimento é a característica que denuncia a própria vida e é através dele que se deve acompanhar o desenvolvimento infantil, para que façam emanar o gosto e a graça da dança. O mecanismo de adaptação existe na criança e encontra sua máxima expressão na infância, como processo absolutamente natural e espontâneo, e precisa, portanto, apenas de reforços daqueles que se relacionam mais diretamente com ela para que a expressão corporal se manifeste com toda sua plenitude.
Cabe ao professor de dança conhecer as generalidades da criança, saber detalhes máximos de seu desenvolvimento, de suas capacidades, de suas limitações, dos seus condicionamentos, de suas finalidades. Ainda conclui-se a utilidade de conhecer suas necessidades e estudar suas reações isoladas e grupalmente.
Em relação ao professor, é prudente que leve em conta as limitações de sua aspiração como profissional, não devendo se acreditar um "criador" de imortalidades, um "escultor" que modela todas as crianças, mas é inegavelmente o cultivador de seres dotados de todas e de cada uma das capacidades humanas. O professor que faz dança tem que se limitar a estimular e aproveitar as crianças que têm frente a si, procurando fazer emanar as melhores condições e possibilidades de cada uma delas, para que essas capacidades floresçam e um dia, quem sabe, possa colher as flores do seu sucesso na platéia obscura de um teatro, ficando incógnito, mas saboreando o sucesso daquela que um dia passou por suas mãos, como se fosse um pedacinho seu.

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