quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Desenvolvimento Infantil : Motor e Cognitivo





DESENVOLVIMENTO COGNITIVO
 


Segundo Henri Wallon
3 anos
- Crise de oposição e inibição.
- Postura de recusa como uma proteção da autonomia. A criança adquire consciência de si mesma: o eu, o mim, o meu adquirem sentido

4 anos
- Idade do narcisismo.
A criança busca a admiração e admira a si própria.
Gosta de “fazer graça” e tenta que se fixe a atenção sobre ela.

5 anos
- Imitação.
A criança busca uma substituição de si mesma através da imitação. Em geral imita o adulto, a pessoa admirada. Em todo este período, a criança permanece profundamente inserida em seu meio familiar. As relações familiares adquirem importância vital.

6 a 8 anos
- Personalismo polivalente, diversificação do eu escolar, eu familiar, eu do grupo, ... Ajustando sua conduta às circunstâncias particulares, a criança passa a ter consciência de suas potencialidades e um conhecimento mais preciso e completo de si mesma

DESENVOLVIMENTO COGNITIVO
Segundo Jean Piaget

3 anos
- Fase pré-conceitual.
A criança adquire a função simbólica, constrói símbolos, utiliza a linguagem, realiza jogos simulados.

4 e 5 anos
- Pensamento irreversível.
- Raciocínio pré-causal e intuitivo.
A criança centra-se nos estados em detrimento das transformações.
6 e 7 anos
- Os estados são compreendidos como resultantes de transformações, mas sem a percepção dos sistemas como um conjunto coerente de elementos. As classificações são feitas por tentativa.

8 anos
- Progressiva descentralização.
- Início do pensamento reversível.
- Coordenação interiorizada e reversível dos esquemas de ação.
- Raciocínio lógico.
A criança já é capaz de realizar operações simples, sempre muito concretas.

DESENVOLVIMENTO MOTOR
Segundo Pierre Vayer3

3 a 5 anos
“Através da ação, a pressão torna-se cada vez mais precisa, estando associada aos gestos e a uma locomoção cada vez mais coordenada. Motricidade e cinestesia permitem à criança o conhecimento e, por conseguinte, a utilização cada vez mais diferenciada e precisa do seu corpo por inteiro. A relação com o adulto é sempre um fator essencial desta evolução que permite à criança desprender-se do mundo exterior e reconhecer-se enquanto indivíduo.”

6 anos
“A criança passa do estado global e sincrético ao da diferenciação e análise. A associação das sensações motoras e cinestésicas aos outros dados sensoriais, especialmente os visuais, permitem passar progressivamente da ação do corpo à representação, vindo então:
- o desenvolvimento das possibilidades de controle postural e respiratório;
- a afirmação definitiva da lateralidade;
- o conhecimento de direita e esquerda;
- a independência dos braços em relação ao tronco...”

7 e 8 anos
“Graças à tomada de consciência dos diferentes elementos corporais e ao controle de sua mobilização com vistas à ação, desenvolve-se:
- possibilidades de relaxamento;
- independência dos braços e pernas em relação ao tronco;
- independência da direita e esquerda;
- independência funcional dos segmentos; e
- transposição dos conhecimentos de si ao conhecimento dos outros.”

DESENVOLVIMENTO MOTOR
Segundo Arnold Gesell4

3 e 4 anos
“Caminha ereto e se mostra seguro e ágil sobre seus pés. Caminha mais do que corre.
Consegue parar momentaneamente em um só pé.
Lança uma bola sem perder o equilíbrio.”

5 e 6 anos
“Muito ativo, cobre maiores extensões.
Sobe e desce correndo as escadas.
Dirige seu triciclo com velocidade máxima.
Usufrui as atividades que requerem equilíbrio.
Lança uma bola, passando a mão por cima da cabeça.
Interpreta e demonstra suas próprias respostas de forma ritmada.”

7 a 8 anos
“Apresenta maior facilidade e domínio da atividade corporal geral, redundando em maior economia de movimentos.
Caminha com o apoio inicial dos calcanhares.
Apresenta maior domínio dos músculos grandes do que o dos pequenos.
Gosta de galgar espaços em níveis mais altos.
Está quase o tempo todo em atividade, com movimentos quase frenéticos, porém às vezes se mostra completamente inativo.
Apresenta uma certa inabilidade pelo excesso de atividade, chegando a cair e rolar.
Lança objetos no ar e às vezes volta a pegá-los com êxito.
Mostra maior precaução em numerosas atividades motoras grossas5.
Repete persistentemente seus exercícios.
Galopa, corre, salta e caminha ao compasso de uma música, com prazer.
Apresenta um movimento corporal mais gracioso e rítmico.
Tem conscientização da postura própria e alheia.”
Conclui-se que a partir do estudo desses autores, as crianças entre três e quatro anos adoram fazer formas. Elas conseguem entender níveis, direções e tamanho, mas sua compreensão de espaço, trajetória e foco ainda não está completa. Exploram o fator força ao extremo, como agudo ou suave, pesado ou leve, apertado ou frouxo (conceitos a serem estudados mais adiante). O controle sobre ritmo, velocidade e acento é raro, assim como a relação movimento e som. Entretanto, adoram trabalhar com rápido e lento, e mostram aí uma habilidade rítmica definida.

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